Hoje o dia está nublado e acordei meio “assim” sei lá... molenga, com
saudades... Uuuuuuuuuma saudade. Mas, uma saudade daquilo que eu sei que não
vou ter mais perto de mim, que se foi e isso chega a me doer. Não tive um dia
bom, mas, ruim também não foi! Simplesmente meu dia passou, meu corpo parece
que não está suportando as ‘pancadas’ de 2013. Sinto-me sucumbir, presa aos
problemas... Angústia talvez seja a palavra certa para usar. COM O PASSAR DO
TEMPO VOU CRIAR UMA ‘ABA’ AQUI, QUE VAI SERVIR DE ESPAÇO E VOCÊS ENTENDERÃO OS ‘PORQUÊS’.
Só sei dizer que 2013 foi um ano horrível na história da minha vida: sustos,
perdas irreparáveis, tristezas, portas de empregos fechadas, recebi as piores
notícias, me magoei com pessoas que acreditei que eram ‘de verdade’, planos
sendo retraçados, falhados ... Mil decepções! ENFIM...
Dia 25 de
outubro Deus resolveu levar o meu tio Daniel – irmão caçula da minha mãe. Ele já
estava há 35 dias internado, sendo 25 no CTI em estado gravíssimo. O coração
dele simplesmente parou. Assim como um bebê se torna sensível quando nasce e
vai pra incubadora, desse jeito estava meu tio (suscetível e com várias
complicações).
Minha cara
na hora que recebi a notícia? Forte como uma rocha dando suporte pra minha tia
Miriam - que desabou e segurou essa barra por longos dias e anos - pros meus tios
e pra vovó. Por dentro tentei digerir a informação e fomos agilizar essa
questão de sepultamento. 1 Rivotril de
2mg + 2 comprimidos de Seakalm. Foram “pintos”...
Não dormi. Hibernei! Cheguei em casa e desabei porque eu não sou de
ferro e Mulher Maravilha não existe! Sou guerreira, dura, forte, não choro na
frente dos outros... Mas, desmoronei!
Hoje me
lembro com carinho do Daniel que no meio da sua ‘maluquês’ alternava ‘lucidez’
e me ensinava coisas do tipo: escrever com uma linda caligrafia (a dele era
incomparável), me ensinou a desenhar casinha, bonecos, árvores e beija-flor. Me
ensinou a amar os animais, a gostar de gatos e plantas. Além de ter me dado
muita mamadeira (de vidro), depois chupeta e me colocava no colo inúmeras vezes
para dormir do jeito dele – cantando hinos do Álvaro Tito.
Como eu o amei
– disse isso a ele poucas vezes. Eu gostava mesmo quando ele 'se encrespava' pro meu lado, porque aí sim eu sabia que ele estava 'no normal' dele. Na verdade, eu também sentia pena de ver a
situação dele piorando ao longo dos anos, afinal de contas ele era um paciente
psiquiátrico. Quantas vezes eu entrava e saia mal pra pedir pra Deus sanar a
mente dele. É muito ruim ver uma pessoa envelhecer desta forma! Chega a ser
deprimente! Era “engraçado” vê-lo
gargalhar “do nada”... Ai que saudade do meu tio! Quando ele estava para entrar
em crise, eu viajava no mundo dele e é tanta história engraçada que nossa
família se recorda!
Daniel, meu
tio, eu sei que você descansou, porque a situação estava horrível, mas, Deus te
colocou no colo e te levou pra morar com Ele e cantar naquele lindo coral (ele
sempre dizia que ia morar no Céu com o Senhor Jesus). O Deus que eu sirvo diz
que nem os loucos errarão o caminho dos céus e isso muito me conforta. Eternas
saudades!