Minha Mamãe

Mamãe & Eu na luta contra o câncer de mama



Resolvi que a partir de hoje vou relatar nossa história. Era dia 24 de abril de 2013 quando finalmente saiu o resultado da biópsia: carcinoma infiltrante do tipo metaplásico com 5 fragmentos filiformes medindo, em média, um centímetro na mama direita. Minha mãe chorava sem parar e não conseguia pronunciar uma palavra. Meu coração parecia uma bateria de escola de samba, mas, a minha pose era normal. Todos (papai Oseir, titio Gilberto, a melhor amiga ‘Tia’ Zenaide e a titia Miriam que nos trouxe a má notícia) naquele quarto ficaram chocados. Percebi que eu tinha que ser forte e abracei a minha mamãe. Decidi que, assim como os médicos disseram, deveria correr contra o tempo. No dia seguinte lá fomos nós para várias sequências de exames. E assim, nos desdobramos dia após dia.
É claro que, com esta notícia, meu mundo caiu. Medo? Não! Eu tive um misto de pavor e medo! Sabe por quê? Eu estava lidando com o desconhecido e jamais passou pela minha cabeça tal hipótese. E então... Chorei horrores, com raiva, muito medo de perder ‘a vida da minha vida’. Gritei. Sussurrei. Implorei a Deus que me fizesse crer que aquilo era um pesadelo. Dormia e acordava chorando. Na verdade, o que eu queria mesmo era que, se isso tivesse que acontecer com alguém, que fosse comigo que sou mais jovem e aguentaria mais. Logo minha mãezinha, 48 anos, uma pessoa de um coração extremamente generoso e que nunca fez mal a ninguém? Quantas vezes eu brincava dizendo que ela era a ‘NORMA Tereza de Calcutá’. Enfim, suportar toda esta dor foi terrível. A família estremeceu. Quem tem amigos nunca está só! Eu queria que o mundo orasse pela saúde da minha mãe, talvez fossem menos pecadores do que eu (cheia de imperfeições e falhas). Alexsandro, meu esposo e parceiro - antes de qualquer tipo de relacionamento -, sempre foi muito mais do que isso. Me ajudou, chorou o meu choro, ficava lá me dando o apoio necessário, fazendo muitas vezes o ‘quase impossível’ (sem reclamar, sem fazer queixa e quando questionado a única resposta é: faço por amor, é minha família também). E assim fomos levando a vida: matando sempre um leão por dia. Savana africana virou ‘pinto’ pra gente! Rs... Nesta guerra, batalhas foram sendo vencidas diariamente. Haja dinheiro! Aliás, foram dias buscando forças para prosseguir, até porque eu não poderia desabar na frente dela, eu tinha que ser uma rocha inabalável. Pegava-me parada olhando para o céu pedindo forças para continuar. Passei dias, meses, tempos a base de tranquilizantes, moderadores de humor... Eu nunca consegui digerir toda esta informação. Mas, adianta questionar se vivemos debaixo da vontade Dele?
Na hora da dor e do sofrimento vemos quem é quem. A gente viu quem soma e multiplica, além daqueles que não iam fazer falta mesmo. Cá pra nós, foi melhor assim! Teve gente que nos surpreendeu em todos os aspectos. Graças a Deus por isso! Se eu já era agarrada nela, hoje só falto entrar na barriga de novo! Rs. Saía do trabalho com destino certo: a casa da mamãe para passar o final do dia que perdi longe dela. Toda minha rotina nos finais de semana foi alterada por conta dos meus afazeres. Joguei para o alto (praia, cinema, shoppings, passeios...) e dedico meus dias exclusivamente a ela. Estou vivendo por e para ela. Vivo em função dela. Meu mundo é a Dona Norma!

 A saúde pública no Brasil é uma porcaria a particular não é das piores, mas, isso é variável de acordo com o nosso poder aquisitivo. Voltando ao que ia dizendo... Estávamos procurando uma luz no fim do túnel, até que uma amiga (minha mãe a apelidou de talismã e nos contatos do meu celular ela está com o seguinte nome ‘Neuza Loira Anjo’) que passou pela mesma situação resolveu nos ajudar e nos apresentou o Doutor Fernando Adão, um oncologista particular que mais parece um anjo e que nos atendeu gratuitamente. Este sim esclareceu, equilibrou o emocional da ‘minha vida’, mostrou que um câncer de mama não é o fim do mundo e que ninguém vence uma guerra sem arranhões. Enfim... São muitos profissionais, exames, medicamentos. Passei a entender como tudo isso funciona. Acho que fiquei craque! Rs... Na minha carteira, ficou fácil encontrar telefone de várias farmácias e do famoso Doutor Fernando.
E o tumor estourou antes da primeira quimioterapia... Mantive a calma, minha mãe ficou pálida, a irmã dela gritou e a agitou mais ainda (Atitude normal = medo de perder alguém que a gente ama e quer bem. Sabe o motivo? A médica da saúde pública disse a elas que isso seria o fim). Meu emocional ficou abalado, mas, havia dentro de mim a certeza de que algo bom ia acontecer. Então... Mantive a serenidade. A amiga Neuza a acalmou durante a ligação, até porque quem já sentiu na pele sabe como lidar. Contatamos o Doutor Fernando e veio a boa notícia ‘Que bom que isso é aconteceu. É um bom sinal. Em caso de dúvidas, fique a vontade para me ligar.’ Calmamente, expliquei o que estava vendo e respondi as perguntas que ele me fazia. Seguimos sua orientação, a paciente foi medicada e muito bem cuidada e hoje (mais ou menos 20 dias depois) está tudo cicatrizado, com a Graça do Senhor Deus, nem parece que aconteceu tudo aquilo. Mas, quem tem boca fala o que quer e falar até papagaio fala! Que Deus perdoe esta médica por toda condenação precipitada que ela fez.

A temerosa quimioterapia! Pois é, precisamos de três sessões vermelhas e três brancas até a operação (retirada parcial da mama – que não é a quadrantectomia). Depois daí quem decide é o anjo, que opera com orientação de Deus, Doutor Fernando. Então... Chegamos à temível fase. Mamãe fez uso dos medicamentos antes da primeira sessão, cortou o lindo cabelão e lá foram elas (a amiga Neuza, a titia Miriam e mamys) receber a primeira dose vermelha. A amiga ‘Zama’ passou a primeira noite com ela. Os dias foram passando e a gente lá cuidando para evitar, o máximo possível, os efeitos colaterais. Nesta altura do campeonato minha Tia Edinéia já estava expert nos sucos e alimentação adequada. Enfim... Meus tios, Jorge e Edineia, abriram as portas de casa e cuidaram da Dona Norma com todo amor, carinho e dedicação. Haja água de coco, frutas, sopas e dinheiro, viu?! Rs...
Papai virou cliente do hortifruti e das feiras semanais. Com o emocional abalado adquiriu alguns contratempos causados pelo estresse (gastrite foi um deles). Driblando tudo isso, fomos vencendo e ele ganhou até uma “enfermeira” – a Tia Josely, que é sensacional. Como eu já disse minhas tias, as amigas da mamãe se mobilizaram e ‘todo mundo’ está aprendendo a ser independente. Hoje cuidamos da paciente 01 e do paciente 02! Kkk
Ontem, literalmente, os cabelos da minha ‘mamadi’ começaram a cair de verdade (aos ‘bolos’). Foi ‘punk rock total’. Já estou em busca de perucas, mais lenços e o ‘caramba a quatro’ para que tudo isso doa menos nela, que é e sempre foi o meu amor maior e incondicional. Daqui a dois dias, teremos mais uma sessão de quimioterapia vermelha, tomara Deus que ela continue sem vomitar e sem dores.
Ah... E os cabelos estão indo embora! É muito ruim vê-lo cair... Imagina pentear e sair? Agora pensa: sem passar a mão sua roupa está cheia de cabelos? É... É amargo, doloroso e tudo isso porque mexe com a vaidade e o tal de ego. Só que a Dona Norma está tirando de letra e quer mais que caia logo tudo isso. Porque é sinal de que a quimioterapia está fazendo efeito. Enfim... Daqui a pouco cresce! Adianta ficar se lamentando?A gente nunca sabe o quanto é forte, até que ser forte é a única opção que temos”.  Bom é isso! Meus finais de semana são de dedicação integral! Tudo em função da minha florzinha de laranjeira!  


Rio de Janeiro, domingo, dia 16 de junho de 2013.
Jeanine Moraes.









E tivemos que ‘raspar careca’... Realmente ver a calvície chegando sem poder fazer nada é uó! Então a Dona Norma ‘zerou geral’! É claro que não é fácil pra ninguém (ela se sentiu a Carol Dieckmann - em Laços de Família). Mas, vou falar uma coisa? Foi a melhor decisão e ainda deu uma melhorada na aparência!
Conseguimos comprar a peruca (abafa o preço! Rs), mas, ela ficou linda. É na cor chocolate, super natural, importada, lisa e sem franja... Ou seja não ficou parecendo um cogumelo, ou o Roberto Carlos e muito menos o Cauby Peixoto. Fiz o melhor por ela (como sempre!) e não tem franja (ela não suporta isso. Rs #EuAdoro). Só de vê-la mais segura e sorridente já me sinto melhor. Comprei uma cartelinha de presilhas pra fazer uns penteados. Iuuuuuuuuuuupi!
Nossa maior aliada sempre foi a informação (viva o google, o facebook e os blogs! Rs). Somos mulheres práticas! Pesquisei, me informei, liguei pra ‘mil’ profissionais, esclareci muita coisa, tirei minha dúvidas e estou aprendendo a lidar com a antecipação dos acontecimentos. Não vou enlouquecer e, muito menos, deixar minha mãe ser mais uma vítima de um câncer de mama. Por mais pavor que isto possa causar (é como se fosse uma sentença de morte … mas, não é!). Então xô depressão! Auto-estima e apoio da família são fundamentais. Viva a vida! Vamos celebrá-la!
A quimioterapia tem sido um momento bem complicado. São seis ciclos (3 vermelhos e 3 brancos – já disse isso. Rs).  Já se foram 2 vermelhos... GLÓRIAS A DEUS!
Muitas vezes vejo minha mãe meio cansada, sem apetite, ligo mil vezes pra saber se ela está bem, se está tomando os remédios... ELA ESTÁ MUITO BEM CUIDADA! A minha Tia Edneia e meu Tio Jorge são SEN-SA-CI-O-NAIS (não tenho palavras para expressar toda minha gratidão. Se quando eu era pequena já os admirava, hoje ‘falto colocá-los num pedestal’ (não tem dinheiro que pague todo suporte prestado). Isso sem falar das amigas da mamãe, né?! Elas estão presentes em todas as fases deste tratamento. Fazem companhia quando não posso estar junto a ela... OBRIGADA POR TUDO, SEM CITAR NOMES PRA NÃO SER INJUSTA! Rs
Rio de Janeiro, terça-feira, dia 18 de junho de 2013.
Jeanine Moraes.









Ao som de Paciência – do Lenine, tô iniciando mais um dia de ‘diário’. Minha mãe está ‘vida loka’ (Rs) e só quer sair... Nós estamos nos desdobrando e adorando tudo isto! Como eu sempre digo, POR ELA EU FAÇO TUDO (SEMRE FIZ). A vida não para!
Enquanto todo mundo espera a cura do mal. E a loucura finge que isso tudo é normal. Eu finjo ter paciência... O mundo vai girando cada vez mais veloz. A gente espera do mundo e o mundo espera de nós um pouco mais de paciência... Será que é tempo que lhe falta pra perceber? Será que temos esse tempo pra perder? E quem quer saber? A vida é tão rara. Tão rara...”
Não está sendo fácil! Caraca! Ver meu pai gritando de dor foi horrível e agoniante (até porque não foi a primeira vez na minha frente). Aaaaaaaaaai meu velhinho de 51 anos, fica logo bom! Gente, meu pai passou dois dias no CTI (Pedra na vesícula, que entupiu, e causou uma pancreatite. Além da gastrite e da tal H.Pylori, além da hipertensão....) Enfim, já está na enfermaria! Eu sei que Deus está no comando e, também, sei que tudo nesta vida tem um propósito. O risco cirúrgico saiu e eu sei que esta cirurgia vai ser um sucesso. Minha tia ‘enfermeira’ Josely está cuidando de toda alimentação do meu pai (NÃO POSSO PAGAR TUDO QUE ESTÁ SENDO FEITO). Aqui, mais uma vez, o meu muito obrigada a todos da família que tem nos ajudado.
Falando da minha mãe de novo...  A EQUIPE MÉDICA DA SAÚDE PÚBLICA ‘ESTÁ DE BOBEIRA’. NA-MO-RAL ela tem respondido muito bem ao tratamento particular. Isso sem contar da aparência, que está super saudável e os exames estão todos dando ok para HONRA E GLÓRIA DO DONO DA VIDA!
Apesar das limitações, a minha florzinha de laranjeira tem caprichado nas makes. Costumo estimulá-la ao uso da peruca (porque além de passar batida, ela é tão perfeita que até ‘imita’ o branquinho do couro cabeludo). Não por uma simples vergonha e sim para se preservar (para os meus priminhos digo que deu piolho na Tia Norma.. Rs). O grande problema é que a maioria das pessoas faz drama, faz cara de espanto achando que minha mãe vai morrer... Tem gente que chora, que não quer vê-la nem de lenço..., sendo que É ELA quem precisa de apoio! E CÂNCER DE MAMA TEM CURA SIM! Então para evitar comentários desagradáveis – cá pra nós: tem horas que o drama alheio enche o saco –, uma peruca não é nada mal! Rs...
"Deus prefere você perto dEle chorando do que longe sorrindo. Creia! Sua luta vai passar!"
Rio de Janeiro, domingo, dia 30 de junho de 2013.
Jeanine Moraes.







Ontem fomos a mais uma consulta e tivemos excelentes notícias. Mamys está respondendo muito bem ao tratamento. Está com tudo ótimo! Glórias a Deus. Enfim, estou radiante! Ah... Só com duas séries vermelhas o tumor reduziu em 50%. Falta mais uma vermelha. Com as outras três brancas pode ser que ele desapareça, mas, a mama vai ser retirada. Afinal de contas, a semente está lá em algum lugar escondido. Então vamos cortar o mal pela raiz. É melhor prevenir do que ter que passar por tudo isso de novo mais tarde.
Hoje papai opera pedra na vesícula. Cá estou eu desejando toda sorte de bênçãos! É isso!
Fui e até!
Rio de Janeiro, quinta-feira, dia 04 de julho de 2013.
Jeanine Moraes.








Papitos não operou na data combinada, mas, dia 09 0u 10 (não sei bem ao certo, aliás, não sei nem o que almocei ontem. Rs). O negócio é que a cirurgia correu bem, com a Graça e a Misericórdia do Bom Deus! Ontem ele teve alta. Só volta dia 24/07 e são 30 dias pra recuperação final. Agora é dieta de gordura zero e “finish”! Bora levar uma vida normal? Rs... Não aguento mais tantos hospitais, tantos médicos, tantos remédios e tantas farmácias. Eu sei que um dia vou rir de tudo e tirar mil lições.
Falando da minha florzinha de laranjeira agora... A terceira e última quimioterapia vermelha foi cruel com minha bichinha (Ela enfim, teve o tal dos insuportáveis enjoos! Mas, Graças a Deus foi um dia só!). Pra mim, uma verdadeira agonia, mas, ao mesmo tempo é bom saber que o tratamento está fazendo efeito. Enfim, estamos (eu e Alexsandro – mais do que marido, pra mim um verdadeiro parceiro e pros meus pais um filho!) nos desdobrando entre meus dois pilares! Nosso objetivo maior, além do bem estar, é a cura e a liberdade deles!
Olha... Amanhã é dia de exame prático do Detran, hein?! Tenho certeza que vou passar e pegar logo essa carteira! A rotina da segunda-feira é esta: Detran, Trabalho, Casa. De terça-feira em diante, já sabe né?! Trabalho, Casa da Mamadi, Exames Laboratoriais e mUUUUUita fé no Pai porque eu sei que o inimigo cai!
Fui e até!
Rio de Janeiro, domingo, dia 14 de julho de 2013.
Jeanine Moraes.



Boooom! Muito tempo que não escrevo, né? Nesse tempo, muita coisa aconteceu: as outras três seções da quimio branca acabaram (os efeitos foram pouquíssimos. Dessa vez ela se abateu mais, sentiu dores...), fui demitida da rádio no final de agosto, vovó Betinha voltou para o médico – mas, foi só uma forte gripe -, meu tio Oséias ficou 20 dias no CTI com problemas cardíacos, fez cateterismo, já está bem e tal... Meu tio caçula Daniel está internado no CTI todo entubado por causa de umas complicações no coração e no sangue – a situação não é das melhores, é grave, mas, permanece estável dentro do quadro clínico dele, descobri que sou hipertensa e já estou me tratando, coloquei mega hair com o cabelo que era da mamãe e perdi mais de 20kg. Ooooolha... Se o número de tribulações de 2013, for o mesmo em bênçãos para 2014 já fico feliz!
Cara, minha mãe é uma verdadeira guerreira. Porque ‘tirou de letra’ as seis quimioterapias. Reagiu muito bem! Com relação aos mil exames, nota mil com o corpo. O tumor desapareceu, mas, a operação continua de pé. Tudo ok, graças ao Médico dos Médicos. Tudo que eu faço é tão pouco pelo preço que foi pago para nos salvar. Nossa família, apesar de tudo, está em festa! Podemos dizer que já chegamos à última parte da metade do caminho!
Mais pessoas entraram em nossa ‘equipe de ajuda voluntária’. Sabiam? Se o objetivo era unir, agora tá todo mundo ‘junto e misturado’ do jeito que o Senhor Jesus nos manda. Mamys já está retomando a rotina aos poucos – sem excessos, é claro!
O que dizer do Doutor Fernando Adão? Tão atencioso, paciente, sempre disponível para nos esclarecer dúvidas a qualquer hora do dia... Por mais que eu tente me expressar, será pouco para definir tamanho ser humano, do profissionalismo e da ética deste médico e de toda equipe da Oncotech. Obrigada por tudo! Agora nós estamos aguardando o Doutor José Aloan operá-la. Depois dessa fase, entraremos nas radioterapias que devem variar entre 30 e 40. Aí é só alegria! Acompanhamento de seis em seis meses, depois anual pelos próximos anos de muita saúde e paz! Os exames deram negativo para qualquer eventual medicação ou vacina. Já é bênção! Graças a Deus temos uma rede particular de saúde!
Mal posso esperar para ver minha flor de laranjeira recuperada! Ah... O cabelo voltou a crescer, a sombracelha e os cílios também já apontam. É isso! Minha cabeça fervilha mil planos, preciso ir...
Meu beijo a todos e espero mais uma vez ter ajudado. Até qualquer outro dia!

Rio de Janeiro, segunda-feira, 07 de outubro de 2013.








Dia 24 de outubro completamos seis longos meses na luta contra o câncer de mamãe. Sabe qual é a melhor parte desta notícia? Mamy Soberana operou nesta data no Hospital de Clínicas Doutor Aloan, aliás, foi o próprio quem a operou – se palavras para distinguir mais um profissional renomado. A cirurgia? Foi um sucesso em uma hora e meia minha mãe já estava no quarto dela consciente e devidamente operada. Só ficou internada três dias. Veio pra casa com o dreno – pra completar uma semana e retirou os pontos também no dia da revisão. A mama? Ela já está usando uma prótese de silicone. E é tão bom ver os cabelos da minha flor de laranjeira crescendo! É tão bom ver a cura chegando. Agora falta sair só a biópsia do tumor que foi retirado pelo Doutor José Aloan e mais dois exames, que foram pedidos pelo Doutor Fernando Adão – só pra saber se ela vai fazer uso de quimioterapia oral por 5 anos ou algum tipo de vacina. Estamos ansiosas para o início das radioterapias – que devem ser entre 30 e 40. Vâmo que vâmo com muita fé e força para lutar!
Dia 25 de outubro Deus resolveu levar o meu tio Daniel – irmão caçula da minha mãe. Ele já está há 35 dias internado, sendo 25 no CTI em estado gravíssimo. O coração dele simplesmente parou. Assim como um bebê se torna sensível quando nasce e vai pra incubadora, desse jeito estava meu tio (suscetível e com várias complicações). Mas, a gente leva em conta que ele era um paciente psiquiátrico desde os 15 anos – faleceu aos 43 anos. Foram muitos anos de fortes medicações para os ‘nervos’. Enfim... Estávamos na visita quando um dos celulares tocou com a trágica notícia. Minha tia (irmã da minha mãe) desmaiou no corredor, mas, mamys nem viu. Inventei uma ‘mentira’ e o cirurgião da mãe me ajudou nessa (brigadão Dr. Aloan!). No fim da história, foi até bom recebermos esta má notícia no hospital, porque minha tia foi tranquilizada e a hipertensão dela também foi controlada. Me despedi da minha mãe, do Doutor Aloan que ficou com ela no quarto conversando pra distrair enquanto minha tia era medicada – ele era pra ela mais do que um irmão, um filho! Abracei a mamãe, beijei e disse que no dia seguinte estaria de volta com o ‘bonde’ (papai, meus dois irmãos e duas amigas dela: a Tia Zenaide e a Zaminha – seres humanos sensacionais!).
19:40 partimos pra pegar os documentos do tio Daniel, roupas e essas coisas. Tivemos que contar com discrição para os outros três irmãos porque se minha vó descobre é mais um óbito. Partimos mais uma vez pro hospital, arrumamos essas coisas de enterro no meio do caminho, enfim... agilizamos tudo até as 03:30 da madruga. Eu? Forte como uma rocha dando suporte pros meus tios e pra vovó. Cheguei em casa, desabei no colo do meu marido porque eu não sou de ferro e Mulher Maravilha não existe! Sou guerreira, dura, forte, não choro na frente dos outros... Mas, desmoronei por não poder ir ao enterro do tio, afinal de contas minha mãe estava internada e nem podia sonhar com isso. Alexsandro? Foi um parceirão assumiu o dia seguinte todo ao lado da minha tia e representou a ‘parte ausente’. Obrigada por tudo!
Hoje me lembro com carinho do Daniel que no meio da sua ‘maluquês’ alternava ‘lucidez’ e me ensinava coisas do tipo: escrever com uma linda caligrafia (a dele era incomparável), me ensinou a desenhar casinha, bonecos, árvores e beija-flor e me ensinou a gostar de gatos e de animais. Além de ter me dado muita mamadeira (de vidro da marca Lillo), depois chupeta e me colocava no colo inúmeras vezes para dormir do jeito dele – cantando hinos do Álvaro Tito. Como eu o amei e sentia pena de ver a situação dele piorando ao longo dos anos. Quantas vezes eu entrava e saia mal pra pedir pra Deus sanar a mente dele. É muito ruim ver uma pessoa envelhecer desta forma! Chega a ser deprimente!
Ai que saudade do meu tio! Quando ele estava para entrar em crise, eu viajava no mundo dele e é tanta história engraçada que nossa família se recorda. Daniel, meu tio, eu sei que você descansou, porque a situação estava horrível, mas, Deus te colocou no colo e te levou pra morar com Ele e cantar naquele lindo coral (ele sempre dizia que ia morar no Céu com o Senhor Jesus). O Deus que eu sirvo diz que nem os loucos errarão o caminho dos céus e isso muito me conforta.
Bom... É isso. A ficha da Dona Betinha – minha vovó – está caindo porque estamos contando aos poucos e vamos seguindo com fé.
Quando acho que não tenho mais força, descubro que posso ir além!

Beijo grande e até já!
Rio de Janeiro, segunda-feira, dia 11 de novembro de 2013.





COM A AJUDA DO MÉDICO DOS MÉDICOS (DEUS): MINHA MÃE VENCEU O CÂNCER DE MAMA! #ÉPraGlorificarDePéIgreja
25 dias após a operação lá fomos nós para a consulta que definiria nosso futuro. Confesso que a ansiedade era tanta que eu nem dormi direito. Pegamos um trânsito daqueles! Mas, meu pensamento era: a vitória já é nossa pelo Sangue de Jesus. E foi mesmo! Chegamos com meia hora de atraso e rapidamente fomos atendidas pelo Dr Fernando Adão – Oncologista. Ele olhou a cirurgia, depois calmamente leu todos os exames e disse: Norminha, você é uma abençoada! Esse é o resultado que eu esperava e que nós, médicos, gostamos de ver! Você está curada! Não existe mais câncer! Não vai precisar de Hormonoterapia ou Radioterapia. Você está curada! Você está livre! Agora é só fazer a manutenção! Remédios? Você não precisar usar nenhum! Norminha, você está curada graças a Deus!
Pronto! Ela começou a chorar, o Dr Fernando chamou o outro oncologista que é xará dele e eles nos deram os parabéns mais uma vez. Foi um chororô! E eu, no ápice da minha alegria, falei alto no consultório: ‘olha o coração Mamy Soberana! Arrasou! Fé no Pai que o inimigo cai!’ Os médicos sorriram. Enfim... O trânsito caótico que pegamos na volta era “pinto” diante da nossa alegria. O que dizer? Como agradecer tal bênção? O que fazer para surpreender um Deus que tudo nosso já conhece? Como agradecer aquelas pessoas que estiveram presentes nos momentos mais críticos? O que presentear? Como dizer obrigada a quem, realmente, se mostrou nossos amigos?
FORAM SEIS, LONGOS,MESES ATÉ O RENASCIMENTO DA MINHA MÃE. HOJE ELA TEM DUAS DATAS DE NASCIMENTO: 18/12/1964 E 24/10/2013! DEUS FEZ UM MILAGRE E NÓS SOMOS PROVAS DISSO! Só nos resta dizer: “ATÉ AQUI NOS AJUDOU O SENHOR!”.

#ObrigadaDeus 
#CadaDiaMaisGrata 
#RompendoEmFéDiaApósDia 
#AMinhaFamíliaÉDeJeová 
#NósCremosNumDeusQueSalvaCuraELiberta 
#ExisteUmDeusQueÉIndescritível

"São tantas bençãos
Tantos motivos
Que o meu coração não consegue guardar
Tantos milagres
E livramentos que Tu,
Grande Deus
Realizaste em mim
Precisaria de mais que um noite
Mais que uma madrugada até pra te dizer:

Rendo graças a Ti
Graças a Ti
Meu coração agradece por tudo que fizeste
Eu louvo o Teu nome e sempre dou graças a Ti."


Rio de Janeiro, domingo, dia 08 de dezembro de 2013.

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